8 de ago. de 2007

dj club

Um segredinho para vocês: a noite paulistana anda um lixo. Sobram gente tosca, música ruim e preços exorbitantes. No caso da sexta-feira, a coisa fica ainda mais gritante. O Conde, incorrigível boêmio que é, sempre adorou uma boa noitada, mas tem preferido ficar em seu condado, depenando seus súditos no Ludo Real, a se arriscar em meio à vasta estupidez humana que toma as ruas em uma noite outrora tão nobre.

Em uma pontada de nostalgia, o Conde decidiu ver no que o DJ Club tinha virado: não fossem os constantes spams, acharia que o local fora demolido ou transformado em uma clínica da Luiza Sato.

Ao chegar, o primeiro susto: o lugar estava abarrotado. Será que tinham dado um jeito nas instalações? Claro que não, tudo mantinha-se tosco, como nos tempos áureos. Os banheiros continuavam uma piada: um borracheiro da Transamazônica está mais bem-servido no tocante sanitário. Para os donos do local, pia e vasos são opcionais de um banheiro, um luxo desnecessário como o teto solar de um carro. Coitado do sujeito que tiver com o toboco na portinha. E não é dinheiro que falta aos sujeitos, mas vergonha: um casa tão cheia, a 15 reais de entrada e preços das bebidas dignos de uma bar em Mônaco, deve operar com um lucro respeitável (na escala da plebe, claro). Por compartilharem o bairro com o Emiliano, acham que devem cobrar o mesmo por uma cerveja (R$5,00)? Um disparate! Logo, é óbvio que sobram emos desdentados à porta, enchendo a lata antes de entrar no local - e não seria surpresa se tivesse algum de cócoras em um arbusto, garantindo-se para a noite.

Por falar em público, o Conde fracassou em enquadrá-lo em um estilo claro: havia emos, tiozinhos, indies e surfistas. Uma diversidade bonita de se ver, diferente dos seus rostos, judiados como uma abobrinha da qual se fez purê... Que turminha esteticamente desafiada - a única pegação lá dentro seria de hepatite ou malária. Era melhor ficar sacando a Mulher Gata, no longa-metragem do Batman sessentista, projetado em um telão acima da escada da pista. As mulheres daquela época sempre pareceram-me mais bonitas do que as de hoje.

O som não comprometia. Os DJs não corriam riscos, preferindo bandas queridinhas, mas também não acomodavam-se naquele som desmiolado que parece tocar em cada espelunca dessa cidade. Vocês sabem do que o Conde fala: os melôs de motoqueiro, que incluem Kiss, Twisted Sister, AC/DC, gritando iêiêiês e repetindo a frase do refrão como se fossem papagaios esclerosados.

O veredito: banheiro de borracheiro da Transamazônica, pegação de malária e preços de uma loja de conveniência nos Hamptons. O Conde da Catalonha acha melhor ficar em seu condado do que se submeter a essa masmorra chamada DJ Club.

Serviço:
DJ Club
Alameda Franca, 241 - Jardins
(11)3541-1955

Nenhum comentário: